Cantinho do Poema

Este espaço é destinado para você que escreve poesias, contos, fábulas, letras de músicas. peças de teatro, etc. 


Sinta-se a vontade para nos enviar textos para o email:  
artesifba@gmail.com 

Breve eles serão publicados no blog. Não esqueçam de enviar uma foto, com seu nome, contato (email), para que possamos identificar nosso artista.  

Agora contamos com um conto do aluno Ebert Vieira, estudante do 1o. ano do curso de química. Ele escreve o diário de um médium, uma história ficcional, onde é possível acompanhá-la através do site: http://diariodeummediumadolescente.wordpress.com/. Para vocês conhecerem um pouco do trabalho do Ebert, segue um trechinho dessa história muito interessante.

O dia amanheceu com a presença do sol, diferente de ontem. Não havia sinal de granizo algum. Na escola foi o mesmo roteiro de sempre, as aulas chatas e cansativas, com os professores sem a mínima vontade de lecionar; acho que até eu ficaria assim com o salário que recebem.
A minha colega que também era médium não freqüentava mais o colégio, havia saído, mudado de Estado.
E a preocupação martelava em minha cabeça, aquele convite revelava um mau agouro. A minha mãe tinha ido fazer compras, roupas novas para a festa, com um sorriso na cara que fazia meu pai estremecer. A noite chegava, já passava das 17:30 e eu fora obrigado a me vestir “decentemente”. A ansiedade chegava a mim, em breve eu conheceria aqueles que conviverão com o poltergeist.

- Preparados? Então vamos.

Não estava preparado, mas eu não poderia faltar. O salão estava lotado, com gente que eu nunca havia visto no prédio. De todos que eu realmente conhecia só os pais da Lê não estavam presentes. Era cada figura que se sobressaía; se não fosse pelo motivo da festa estaria me divertindo com as roupas esdrúxulas, parecia que estavam concorrendo ao prêmio de mais chamativa roupa.
Aquela comemoração fora idealizada pelo próprio síndico, como as anteriores. Uma faixa gigante com “Boas Vindas” impresso flutuava no teto. Com o dinheiro gasto em tudo aquilo poderiam ter feito melhorias no prédio.

- Eles chegaram… – disse seu Gustavo, o síndico.

Todos se viraram para a entrada, curiosos em conhecer os novos vizinhos.
Três pessoas surgiram da porta principal, um casal de mãos dadas, supostamente os pais da jovem que os acompanhava. Todos tinham uma boa aparência, o que motivou o burburinho no local.
Numa ação que me deixou envergonhado, a minha mãe voou para a nova família, me carregando junto. Ela deu as boas vindas e começou a falar do condomínio para os novatos, do prédio e oferecendo ajuda quando precisassem. Eles retribuíam a calorosa recepção com sorrisos impecáveis. A garota e eu trocávamos olhares, parecia que ela também havia se constrangido com minha mãe… Mas sorria educadamente.
As horas se iam e mais gente puxava conversa com eles, e minha mãe sempre colada, intrometida. Entretanto eles pareciam ter gostado dela, as duas mulheres batiam altos papos e meu pai se esforçava para conversar com o homem sobre arquitetura.
Eu resolvi puxar conversa também, sabia que estava começando a ficar vermelho:

- Oi, me chamo Fernando. Prazer em te conhecer

- Olá Fernando, prazer em te conhecer também. O meu nome é Maire, sabe, você é o primeiro garoto que eu conheci desde quando chegamos no Brasil. – Era verdade que eles falavam com um sotaque, mas era fraco, como os sotaques de cada região brasileira. Não pensava que eles viessem de outro país… – Não se espante. Eu vim de Dublin.

- Você fala muito bem português para uma irlandesa.

- Obrigada, dedico isso aos nossos professores de português. – Ela era engraçada, me cativava.
- Você pode me contar o motivo de vocês terem deixado a Irlanda?

- Ah, claro! Meus pais sempre gostaram daqui. Vinham todos os anos pro carnaval de Salvador e quando eu nasci eles resolveram se mudar. Mas antes tinham que aprender a língua do novo país, e queriam que além de eu aprender português, tinha que saber a minha língua materna.

Estava impressionado com aquela história.

- Interessante. Mas você está gostando do Brasil?

Nenhum comentário:

Postar um comentário